sexta-feira, 14 de setembro de 2012

África busca no Rio alternativas para o desenvolvimento rural


Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura e Pecuária, recebe visitantes de projetos de Ruanda, Burundi e Tanzânia, em busca de soluções para o combate à pobreza no campo, produção de alimentos e gestão sustentável dos recursos naturais

Representantes de países da África estarão no Rio de Janeiro, de 17 a 21 de setembro, para conhecer experiências bem sucedidas que poderão ser usadas no combate à pobreza e na produção de alimentos naquele continente. Considerado pelo Banco Mundial como modelo de desenvolvimento sustentável no campo, o Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura, receberá sete visitantes, gestores de projetos em Ruanda, Burundi e Tanzânia, acompanhados por enviados especiais da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Durante toda a próxima semana, a comitiva estará em campo conhecendo as boas práticas adotadas por agricultores familiares do Rio. O objetivo é apresentar tecnologias e experiências de sucesso no setor, e assim iniciar uma cooperação entre o governo fluminense e os projetos do outro lado do Atlântico, apoiados pelo Fundo Internacional para o Desenvolvimento da Agricultura (Ifad).

Entre as práticas que serão visitadas estão produção de alimentos orgânicos, sistema de cultivo agroecológico em mandalas, criação de galinhas poedeiras, projetos coletivos de aquisição de equipamentos para as cadeias do leite e do café.

Os africanos, que atuam em ações de desenvolvimento em importantes bacias hidrográficas de seu continente, conhecerão as estratégias de atuação do Rio Rural em parceria com comitês de bacias do Rio de Janeiro. As ações incluem proteção dos recursos naturais e remuneração aos agricultores que prestam serviços ambientais, além de integração de recursos com o setor privado.

Em Varre-Sai, no Noroeste Fluminense, o destaque será a implantação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), que já possibilitam aos produtores receber pelos serviços ambientais prestados, com recursos provenientes do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS Ecológico). O apoio de empresas e ONGs como a SOS Mata Atlântica e a Associação do Patrimônio Natural (APN), ajuda a ampliar a proteção de matas ciliares, nascentes e áreas verdes, com resultados positivos na disponibilidade de água e aumento da biodiversidade.

Em São João da Barra, Norte Fluminense, serão mostradas as unidades de pesquisa participativa do Rio Rural, de cultivo protegido de hortaliças e produção agroecológica. Os trabalhos são feitos em parceria com a empresa de logística LLX, e executados pela Pesagro-Rio e Emater-Rio.

Além do Norte e Noroeste, os pesquisadores passarão por municípios da Região Serrana, onde, em 2011, houve a maior catástrofe ambiental da história do Brasil. Na serra, eles vão conhecer os projetos de recuperação produtiva e conservação ambiental, monitorados pelo Rio Rural através de um sistema de imagens transmitidas via Internet, em tempo real.
A ideia de promover um intercâmbio para cooperação com países africanos foi lançada durante o encontro “Dias da Terra e da Água”, realizado de 7 a 11 de maio pela FAO, em Roma. Na ocasião, o Rio Rural foi destaque entre projetos de desenvolvimento rural apoiados pela organização, por suas inovações e metodologia participativa de promoção da sustentabilidade(Fonte Rio Rural).

Nenhum comentário:

Postar um comentário